Publicado em: 13 nov. 2025 | 21h42 (horário de Brasília, BR)

A manipulação de resultados ameaça todas as modalidades

Curso gratuito do Comitê Olímpico reforça a urgência de discutir integridade esportiva e destaca desafios que também atravessam o Jogo de Damas

II Fórum do Esporte Seguro, no Rio de Janeiro (RJ). Fonte: Reprodução do Globo Esporte/ Alexandre Loureiro/COB.

Na quarta-feira, 12, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), por meio do Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), disponibilizou o curso “Combate à Manipulação de Resultados: Juntos em Defesa do Jogo Responsável”. A iniciativa reforça a crescente preocupação com práticas que comprometem a integridade esportiva e revela um problema que atravessa todas as modalidades, do alto rendimento ao esporte de base — incluindo o Jogo de Damas.

O curso é gratuito, realizado à distância na plataforma do IOB, tem carga horária de uma hora e oferece certificado aos concluintes. A proposta foi apresentada no II Fórum do Esporte Seguro, realizado no Rio de Janeiro (RJ), que reuniu autoridades, gestores, atletas e profissionais envolvidos na promoção de ambientes esportivos mais seguros e éticos.

O COB, em parceria com o Ministério do Esporte, busca ampliar o conhecimento sobre o tema e sensibilizar atletas e demais stakeholders para as consequências da manipulação de resultados.

“O esporte precisa ser ético, ter transparência, ter legalidade e ser justo”, destacou Emanuel Rego, diretor-geral do COB.

A fala reforça a necessidade de refletir sobre as nuances que ameaçam a cultura de integridade no esporte e de fortalecer o diálogo dentro dos ambientes de prática. O Jogo de Damas também não está imune a essas situações, embora o tema nem sempre seja debatido no mesmo nível de visibilidade que outras modalidades.

A manipulação de competição ocorre quando o resultado é parcial ou totalmente decidido antes da partida ser disputada, garantindo o que foi previamente combinado. Há casos em que competidores entregam resultados para favorecer determinado atleta durante o evento, afetando diretamente o desempenho e a classificação final.

Essas situações também podem aparecer na fase decisiva, quando se define quem será o campeão por meio de acordos diretos que envolvem troca de favorecimento, como dinheiro ou prestígio competitivo. São práticas que ferem o princípio do fair play e distorcem o sentido de mérito esportivo.

No Jogo de Damas, a integridade das disputas depende da conduta de cada atleta diante do tabuleiro. Além da manipulação de resultados, há episódios que envolvem atitudes antiéticas durante as partidas — e muitas competições ainda carecem de sistemas de monitoramento em tempo real ou de número suficiente de árbitros.

Apesar da anotação obrigatória nos principais eventos, situações ainda ocorrem: atletas movimentam uma peça e retornam o lance ao perceber que ficariam em desvantagem, apostando na falta de provas ou na ausência de testemunhas. Sem registros precisos ou acompanhamento adequado, a palavra do adversário se torna objeto de dúvida, criando tensões evitáveis.

Esses episódios reforçam a urgência de melhorar a gestão e a cobertura dos eventos da modalidade, ampliando a fiscalização, qualificando equipes técnicas e estimulando a educação ética. O curso do COB surge como uma oportunidade para fortalecer o debate e ampliar a consciência sobre práticas que ameaçam o jogo limpo — um compromisso que deve ser assumido coletivamente por todos que fazem parte do ambiente das Damas.

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